Uma sociedade troll é um atentado à iniciativa

Por que nós brasileiros nos alegramos tanto com o fracasso alheio? Por que gostamos tanto de rir do vexame de nossos amigos e desconhecidos? Por que gostamos tanto de “trolar” e desencorajar as pessoas por suas iniciativas?

Será que é por isso que muitos acham melhor ficar em seu canto em vez de correrem o risco de serem vaiados impiedosamente?

Por que encaramos um fracasso como uma vergonha em vez de considerarmos que uma iniciativa corajosa deve ser reconhecida e um fracasso ser considerado uma fonte de aprendizagem?

Nesta semana, tenho visto a alegria incontrolável da mídia e do público em geral tripudiando o fracasso de Eike Batista.

É óbvio que estão mais do que claros seus erros e seu excesso de confiança, para muitos arrogância. Ele, como todos estão vendo, despencou de um prédio de 30 andares de cara no chão. Mas qual seria a graça disso?

No vídeo abaixo, uma adolescente de 13 anos foi cantar o hino nacional americano numa partida da NBA. Nervosa, errou a letra do hino que já havia cantado dezenas de vezes, na frente de cerca de 20 mil pessoas na arena e milhões de outras que assistiam ao vivo na TV.

Diante da situação embaraçosa que estava prestes a se transformar num inesquecível caos, o técnico de uma das equipes correu, ficou ao seu lado, segurou o microfone juntamente com ela e cantou, mesmo sem ser a sua especialidade, ao lado da adolescente que, em vez de ter sido vaiada e trucidada pelo público como frequentemente presenciamos, teve o apoio dos presentes, que cantaram junto com ela e, por fim, saiu aplaudida e abraçada por todos.

O que podemos aprender com isso? O que a nossa sociedade precisa aprender com isso? Que tipo de encorajamento e incentivo temos dado aos que ousam sair do quadrado e por alguma razão tropeçam? Não seriam elas dignas de terem sua coragem reconhecida e encorajadas a tentar mais uma vez?

Crie o hábito de encorajar e abomine essa mania nojenta de rir da desgraça das pessoas. Tenha compaixão em vez de gozar da cara dos que enfrentam situações embaraçosas. Faça com os outros o que você gostaria que fosse feito com você.

Isso é o básico para se construir uma verdadeira geração de valor. Isso é o básico que nós brasileiros precisamos aprender.

Assista ao vídeo: