Outro dia, uma pessoa conhecida de muitos anos, uma mulher de 32 anos com perfil elegante e requintada, me fez a seguinte pergunta:
“Flávio, estou pensando em empreender. Que ideia de negócio você me daria? Tenho pouco capital disponível. Cerca de 20 mil reais”.
Eu olhei em seus olhos e respondi: acho que você poderia vender picolé.
Ela me olhou com um olhar surpreso, quase ofendido, pela minha resposta, considerando em seu julgamento que vender picolé fosse uma atividade desprezível e incompatível com seu “nível”.
Disse a ela: “Fulana, o que a Kibon faz há décadas?
Ela respondeu como se fosse óbvio: “Vende picolé”.
Retruquei: Então por que você não faz o mesmo? Jorge Paulo Lemman também vende picolé. Um de seus fundos investiu em paletas mexicanas. Você é melhor que a Kibon e o JP Lemman?
Ela ainda tentou justificar: “Não dá para comparar…”
Então finalizei: Pois é. Não dá para comparar, mesmo. Grande parte dos fundadores de grandes empresas iniciou seus negócios bem pequenos e fazendo de tudo. Para eles, o que faziam não era desprezível. Eles não se consideravam bons demais para meter a mão na massa e nem qualificados demais para venderem seus produtos. Não dá para comparar mesmo. Eles são bem diferentes de você. Meu conselho é que você não empreenda, pois, pensando assim, a possibilidade de não ter sucesso é muito grande.
Conclusão
Para construir um projeto, é preciso estar disposto a começar pequeno, ao mesmo tempo em que se deve pensar grande. Quem se acha bom demais para começar pequeno, dificilmente chegará a algum lugar de destaque.