O muro ainda está de pé

O que move a humanidade são os sonhos. Seja o sonho de ser bem sucedido, o sonho de fazer diferença na vida de outras pessoas, o sonho de brilhar no lugar mais alto do pódio, de ser reconhecido etc.

Isso é o que move o mundo. O desejo individual, a fome por evolução, o sonho ou, se preferir, a ambição de não ser um a mais na multidão. Isso é o que leva alguém a assumir riscos, mesmo contra as vozes da mediocridade que nos cercam. Isso foi o que levou milhares de brasileiros comuns a fundarem suas próprias empresas, apesar de toda burocracia e corrupção estatal. Resultado: 70% dos empregos formais no Brasil foram gerados por esses sonhadores e proprietários de micro e pequenas empresas que proporcionam o sustento de milhões de famílias brasileiras.

O mundo vai tentar calar essa voz que grita dentro de você e que deseja ser colocada para fora. Outras propostas eventualmente vão querer anular esse seu desejo. O coletivismo é uma delas, por exemplo.

Para que você se renda ao coletivismo vão lhe chantagear, chamar de egoísta, vão dizer que você pensa apenas no seu umbigo, que é cúmplice das injustiças do mundo etc., até que seus sonhos individuais sejam impiedosamente sufocados e substituídos por uma posição no meio da multidão, talvez, segurando uma faixa ou gritando no meio das grandes massas, lideradas por alguém acima de quaisquer suspeitas em favor da coletividade e de uma causa supostamente nobre pela qual, na visão deles, vale tudo, inclusive sacrificar sua própria vida.

Os novos convertidos agora pertencerão a alguma classe e seus sonhos serão substituídos pelo sentimento de uma espécie superior moralidade por sentirem-se mais conscientes socialmente e limpos da sujeira dos que compram e vendem em favor do lucro pessoal.

Lugares onde o coletivismo tomou o lugar da individualidade, a liberdade virou subversão, o direito de defesa virou fascismo, a meritocracia virou injustiça e utopia, os valores se inverteram e a igualdade nivelou todos por baixo: na mediocridade.

Como florescer no meio deste pântano?

Como não matar sua curta existência para realizar seus sonhos se você é cercado por gente que lhe oprime com essas doutrinas?

Como não se tornar um desses personagens que repetem frases prontas e que adoram patrulhar sua forma de pensar e agir?

Respostas que qualquer morador de Berlim, de onde escrevo, sabe na ponta da língua, desde quando o muro foi derrubado.

No entanto, aqui e em todo mundo, o muro ainda continua de pé nas mentes de muitos… Uma pena.