A riqueza do mundo e os Che Guevaras de iPhone

A internet é um dos lugares em que mais circulam baboseiras postadas por pessoas que costumeiramente repetem o que ouvem, como papagaios acéfalos, sem sequer pesquisarem ou terem o mínimo de senso crítico. É o lugar preferido dos revolucionários que não levantam as nádegas da cadeira, gente improdutiva que se acha intelectual. Muitos desses autodenominam-se anticapitalistas, mas postam seus manifestos comunistas diretamente de seus iPhones. São os famosos Che Guevaras patrocinados pelo McDonald’s.

Recentemente li de um neófito presunçoso de 18 anos, dizendo como se fosse um economista ou um cientista político que não existe riqueza suficiente no mundo e que, por isso, muitos – inexoravelmente – terão que passar fome para que alguns privilegiados possam acumular excessivos recursos. Ou seja, segundo sua teoria, nada pode ser feito para mudar. Portanto, conforme-se e reclame nas redes sociais.

Vamos analisar essa afirmação com mais profundidade.

Segundo estudo do Banco Credit Suisse, a riqueza total mundial é estimada em U$233 trilhões. E, segundo o Population Reference Bureau, dos mais de 7 bilhões de habitantes no mundo, cerca de 4,8 bilhões são adultos economicamente ativos que formam cerca de 2,3 bilhões de famílias no planeta. Se dividíssemos igualitariamente a riqueza mundial por cada família, o patrimônio de cada uma delas seria em torno de U$100,5 mil, ou seja, mais de R$ 200 mil por família.

Para você ter ideia sobre o que representaria esse valor de patrimônio por família, atualmente, menos de 5,6% da população mundial possui U$ 100 mil como patrimônio. Logo, podemos concluir que a riqueza total mundial é mais do que suficiente para que todos vivam de maneira digna. Isso, sem contar que a produção de riqueza não é estática, mas sim está em crescimento ano após ano.

Mas o que você acha que aconteceria em pouco tempo se essa divisão fosse feita desta forma? Eu lhe respondo com absoluta convicção que em pouquíssimo tempo a distribuição da riqueza voltaria para o mesmo lugar em que estamos hoje. Isso porque quem sabe administrar e empreender com os seus recursos conseguirá produzir mais riquezas, e quem não possui este conhecimento invariavelmente vai aniquilar todo o seu patrimônio. Isso explica o fato de que grande parte dos que ganham na loteria voltam a ficar pobres pouco tempo depois. Esse conceito é mais conhecido como meritocracia.

Por isso, um mundo melhor pode muito bem ser construído a partir do momento em que as classes mais altas compartilharem seus conhecimentos e hábitos que os fizeram alcançar suas conquistas com os que desejam escalar a montanha e ter uma vida mais próspera, ensinando-os o caminho das pedras.

Pode ser construído com a classe média saindo da famigerada acomodação e acreditando que pode assumir riscos, empreender, gerar empregos, pagar impostos e colaborar com o crescimento do país.

Pode ser construído com uma ajuda provisória aos realmente necessitados, tirando-lhes a fome, mas – acima de tudo – dando a todos eles dignidade e o encorajamento necessário para caminharem com os seus próprios pés. Tudo isso, sem ajuda alguma de governos ou de políticos que aparecem apenas na hora das eleições.

Um país como o Brasil poderia ser muito próspero, com mais gente próspera, com mentalidade próspera e resultados tão prósperos que, além de seu próprio povo, poderia muito bem colaborar com as nações que hoje, em pleno século XXI, veem seus filhos morrendo de fome.

Apesar de alcançarmos em média 15 milhões de pessoas por semana aqui no GV, ainda somos insignificantes. Mas ainda faremos grande diferença em nossa geração. Essa é uma das grandes decisões que já tomei em minha vida.