PT ou PSDB?

(Se responder sem ler vai passar vergonha)

Se você é do tipo que justifica a corrupção do partido do qual você é “torcedor”, dizendo que ele não inventou a corrupção e que os outros também são corruptos, na verdade você é cúmplice de tudo de errado que esse partido faz. Você também é culpado pelo caos que hoje vive o país.

Pense comigo, assumindo que todos os partidos são corruptos, logo deveríamos concluir que nenhum deles serve. Se todos são podres, então todos devem ser extirpados de nossa sociedade. Sem exceção. Faz sentido?

A podridão alheia não limpa a podridão do seu partido e tampouco lhe isenta da culpa por sua sujeira. Defender esse padrão de pensamento é medíocre e desonesto.

A estratégia da bandidagem sempre foi a relativização do que é o certo e o errado. Sim, o certo e o errado existem e são definidos com base nos bons costumes, nas leis e nas características históricas de cada sociedade. A flexibilização intencional desses valores está fazendo com que o Brasil esteja atolado numa crise moral sem precedentes, onde o errado se disfarça de certo e o certo assume o papel errado.

Não defenda partido como se defende time de futebol, tipo, “uma vez PT sempre PT” ou, quem sabe, “uma vez PSDB sempre PSDB”.

Seja brasileiro acima de petista, tucano, liberal, conservador… Se, em primeiro lugar, você for brasileiro, passa a enxergar até os que pensam diferente de você como seus irmãos e compatriotas. Se você percebeu que o PT, o PSDB ou qualquer outro partido é desonesto, rejeite-o imediatamente, repudie-o o mais rápido possível. Não tenha vergonha de mudar de ideia. Ao contrário, mudar de ideia é sinal de inteligência. E ainda, se mudou de ideia, conte para todo mundo o que você descobriu.

Num cenário de caos para onde o país marcha firmemente neste momento, as diferenças raciais ou sobre orientação sexual ou qualquer combate entre classes, fictícias ou não, ainda que importantes, devem ocupar outro lugar na agenda. Há uma agenda urgentíssima que deve ser comum a todos: a limpeza política do país e a mudança da estrutura da máquina pública que gasta mais do que arrecada.

Na hora da eleição, não seja imediatista e pare de investigar se determinada proposta atende ou não seu interesse a curto prazo. Verifique se o candidato tem uma agenda de redução das despesas do estado, tornando-o mais leve. Se não for assim, não serve, porque a mentalidade que aumenta o tamanho do estado quebra o país, pois não haverá dinheiro para pagar todas as contas. O dinheiro não é infinito. Simples assim.

Se o Brasil não equilibrar suas contas, não reduzir o tamanho de sua máquina, não extirpar as raposas do cenário político, o país vai quebrar e você vai sofrer as consequências de forma brutal, seja ficando sem emprego, ou seu salário vai valer menos da metade do que vale hoje, ou se você tem um negócio terá que trabalhar num cenário econômico mais desfavorável.

A grande maioria não tem condições de morar em Miami e assistir de fora ao caos que será progressivo se não houver mudanças profundas.

Ontem, assistindo a alguns vídeos (procure na rede) de uma enorme massa de pessoas desesperadas invadindo um supermercado em promoção no Rio de Janeiro, vendo gente sendo pisoteada e várias pessoas brigando em cenas selvagens, podemos projetar o que acontece com os mais simples quando seus salários começam a valer muito pouco. Eles entram em desespero e perdem a razão. Já estamos no meio dessa desordem por conta da política econômica do governo que foi um desastre. Mas alerto que pode piorar e muito.

Eu sei que, para o nível da educação média do brasileiro, o que escrevi é bem difícil de se compreender e, por isso, o risco de continuarem votando de forma medíocre, pensando no estômago, a curto prazo, faz com que as grandes massas continuem reféns dos aproveitadores de sua boa fé, o que lhes mantém mergulhados na pobreza a longo prazo. Triste isso.

Passe adiante essas ideias.

A redução da máquina pública é do que o país precisa. Demissões de todos os cabides de emprego e da maioria dos cargos comissionados. Suspensão de novos concursos públicos, alocando os milhões de empregados do governo existentes em novas funções. Já tem gente demais. Uma reforma tributária e previdenciária, reduzindo impostos para aumentar a produtividade. Uso do BNDES para incentivar o empreendedorismo no Brasil, para aumentar a oferta de empregos, em vez de dar empréstimos para países vizinhos que provavelmente jamais pagarão de volta. Construção de uma mentalidade protagonista, de crescimento e progresso em vez de coitadismo, vitimismo e da mentalidade de caça-privilégios.

Se essa cultura não for implementada, não há solução para o Brasil. Se for, levaremos algumas décadas, mas, mesmo velhos, ainda veremos o Brasil perto daquilo que um dia sonhamos.