Pronto para a guerra?

Ninguém pede licença para matar um inimigo numa guerra. Essa frase parece estranha e violenta, mas se entendermos que para saírmos do anonimato e conquistarmos o sucesso em nossos projetos o que precisa ocorrer do primeiro dia até que esse objetivo se concretize pode ser considerado uma verdadeira guerra, chegaremos à conclusão de que a abordagem é bastante adequada.

Não espere nada natural numa guerra. O sucesso não acontece simplesmente de forma orgânica. Ele precisa ser arrancado, parido, conquistado bravamente em pequenas batalhas diárias que incluem pessoas de quem você esperava apoio duvidando de você, amigos sabotando, vontade de desistir todos os dias, falta de dinheiro, de visão, ônibus cheios, cobradores, arrependimentos, acusações como “Eu te disse que não daria certo”, incertezas, pressão e muitos questionamentos, em especial coisas do tipo: “Será que valeu a pena deixar meu salário para buscar alcançar esse sonho?”.

Trafegar nesse território exige valores éticos muito sólidos. Apesar de ser uma guerra, não há espaço para o “vale-tudo”. Os que têm princípios menos consolidados, na hora da pressão, porque deixaram a ética de lado, destroem sua credibilidade e colocam o pouco que conquistaram a perder.

Nessa guerra, o campo de batalha é sua mente, onde convicções são travestidas de incertezas num piscar de olhos e a segurança no projeto transforma-se em dúvida cruel que provoca questionamentos existenciais profundos e uma vontade incontrolável de jogar tudo para cima e desistir. Porém, subitamente, a lembrança dos motivos aliados a suas aspirações legítimas têm o poder de ressuscitar a esperança, renovando suas forças para seguir adiante.

Por mais que tente expressar, minhas palavras são insuficientes para retratar as ambiguidades dessa guerra e todos os paradoxos existentes em cada neurônio que precisam ser superados a fim de que você possa sair de cada batalha com a vitória. Não é por acaso que esse cenário assusta as grandes multidões que preferem ficar em locais considerados mais seguros e longe das trocas de tiro. É verdade, elas não são atingidas por balas e explosões, tampouco terão seus corpos mortos estendidos pelo chão, porém jamais viverão com a liberdade com a qual sempre sonharam.

Por isso, se você saiu de casa para a guerra, saiba que é para lutar, avançar, conquistar e vencer o inimigo.

Mas quem é o inimigo? Você mesmo. E quem é o seu maior aliado? Também é você.