Quando os eleitores de um determinado partido político, para tentar justificar a corrupção flagrada de seu partido, usam como argumento a corrupção que seus opositores também praticaram, por esse comportamento de relativização moral da população, eu chego à conclusão de que estamos muito distantes de uma sociedade onde a verdade e a justiça reinam.
Um povo maduro politicamente pensaria assim: “Sou eleitor do partido ‘X’, que foi flagrado roubando. Em seguida, descobri que o meu partido ‘X’ roubou tanto quanto o partido ‘Y’, da oposição, quando estava no poder. A partir dessa constatação, os dois roubaram. Nem o ‘X’ nem o ‘Y’ prestam mais e precisam ser eliminados do cenário político brasileiro”.
Por mais duro que seja, infelizmente, quem age diferente disso torna-se cúmplice, seja de ‘X’ ou de ‘Y’, em suas prática corruptas, formando uma grande quadrilha. É preciso primeiro chegar a essa conclusão para se criar uma nova alternativa e não o contrário. Talvez daqui a uns 200 anos, depois de pagar muito caro, cheguemos a esse nível.
Como não vou esperar a boa vontade dos milhões de eleitores que parecem sofrer de síndrome de Estocolmo – aquela em que o sequestrado se apaixona pelo sequestrador – já que não aceito ficar refém de nada e ninguém, vou fazer o que também sugiro a você: vamos empreender, construir projetos, gerar empregos, mudar o mundo que nos rodeia e fazer a diferença dentro de nosso alcance.
Isso já é suficiente para também construirmos uma consciência tranquila.