Assisti ao filme “12 anos de escravidão” e uma das coisas que me chamaram atenção foi que Salomon, o personagem principal, apesar de escravizado, não tinha uma mente de escravo. Ele permaneceu livre durante cada dia dos 12 anos que passou como um suposto escravo.
No entanto, muitos de seus companheiros sentiam-se sem saída e, por isso, acabaram aceitando a condição de escravo. Algumas crianças nasceram escravas e apenas conheceram esse estilo de vida, incorporando tal papel em seu comportamento e mentalidade.
Registros históricos apontam que muitos escravos, mesmo diante de sua liberdade garantida por lei, preferiram manter-se escravos. Eles não sabiam produzir para garantir o sustento de suas famílias. Não foram treinados para isso e tampouco sentiam-se estimulados a terem uma vida abundante e próspera.
Manter-se escravo, para muitos deles, era uma opção mais segura. Pelo menos teriam comida garantida e um lugar onde morar. Não importando o quanto fosse precário, pois já estavam acostumados a essa condição e mudar, ainda que para a tão sonhada liberdade, parecia muito assustador.
O mundo mudou e a escravidão convencional não existe mais. No entanto, há novas formas de escravidão e todas elas mantêm grandes multidões dependentes de seus sistemas, fazendo com que se sintam incapazes de produzir o sustento de suas famílias, sendo tratadas como vítimas da própria sociedade. Um equívoco, uma algema mental e uma punição mais poderosa que 100 chibatadas no tronco, anulando a iniciativa e construindo uma nova geração que acredita que o mundo é desse jeito, exatamente como deveria ser.
Liberdade vale mais do que igualdade. Afinal, nenhum de nós somos iguais. Somos todos diferentes, a não ser quando somos igualados artificialmente, e essa hipótese só é possível se todos nos tornássemos escravos, recebendo de nosso dono a porção mensal para uma limitada subsistência.
Abolir a escravatura mental é uma das missões do GV.