Mente coletiva

Não quer ser criticado? Siga o fluxo e fique quietinho

 

Mente coletiva é o conjunto de pensamentos, conceitos e valores exercidos e transmitidos pela sociedade, meios de comunicação, família, escola e todos os meios sociais nos quais fomos inseridos em nossa vida.

A mente coletiva não tem uma constituição formal e nem foi e nem é decidida por ninguém em particular. Ela é resultado de um processo orgânico e cultural, transmitido de geração em geração e que ocupa um status de credibilidade inquestionável e por isso, exerce uma influência suficiente para moldar parte do que cada indivíduo se transforma ao longo de sua vida.

Sendo assim, a mente coletiva funciona como uma espécie de linha de montagem, padronizando o pensamento e comportamento da população, inserindo-a num fluxo comum, onde as grandes massas comportam-se como uma manada, seguindo todos da mesma forma e numa mesma direção, sem questionar, sem arriscar, sem se atrever a sair do mundinho ao qual todos foram apresentados.

Assim, muitos levam a a vida: frequentam as suas faculdades pra depois arrumarem um emprego e terem porque acordarem todos os dias bem cedo; gastam horas num transporte coletivo, frequentam uma empresa sem gostar de trabalhar em troca de um salário, chegam a noite cansados pelo caos urbano, pegam um trânsito interminável nos feriados, para no final do mês pagarem suas contas… Passam décadas neste ciclo como se não tivessem alternativas.

A mente coletiva é a maior inimiga de de quem deseja mais de sua vida e também é a maior inimiga de quem se atreve a empreender. Isso porque para empreender faz-se necessário pensar de forma antagônica a este modelinho proposto pela sociedade. Um empreendedor não aceita as coisas como são, não se conforma com a ração limitada oferecida pela CLT e não se permite ser padronizado em referenciais baixos, modelos mentais medíocres e nem viver com o medo de perder, assustado por sair do padrão, lugar onde as grandes massas sentem-se mais seguras.

Quem tiver a coragem de sair desta linha de montagem será inevitavelmente muito criticado, desprezado, será tachado de louco, de lunático, de iludido, será alvo de comentários depreciativos, inclusive de pessoas mais próximas, pois todos logo acharão que eles, depois de quebrarem a cara, terão desperdiçado a vida e quando quiserem voltar para a manada, será tarde demais. “Coitado”…

Esses atrevidos, depois de terem exercitado a sua inteligência emocional para suportar toda rejeição em seu meio social e familiar, depois de terem contrariado todas as referências de esforço e dedicação para construírem os seus projeto, serão os mesmos que serão admirados, serão usados como exemplo, como pessoas iluminadas, gênios, exceção a regra e até como pessoas de “sorte”.

Neste momento, os críticos transformam-se em profetas do passado, são os que darão os famosos tapinhas nas costas e também serão os que vão dizer a famosa frase: “Eu sempre acreditei em você”.

Assim funciona a mente coletiva. Muda a sua cidade, a seu projeto, a sua área de atuação, mas uma coisa é certa: essa história sempre se repete e pra sair deste ciclo vicioso é possível sim aprender. Como? Só é possível ensinar quem conseguiu deixar de correr atrás do seu próprio rabo e venceu a famigerada mente coletiva.