Tenho um filho de 14 anos que é atleta sub-15 e assinou contrato com um grande clube de futebol na Europa. Desde que ele começou a jogar em categorias de base, há 5 anos, acompanho de perto sua intensa dedicação, a pressão à qual é submetido, a competitividade entre os próprios atletas por uma posição e o funil, ano após ano, que, de um lado, prestigia os que se destacam e, por outro, descarta os que não se desenvolvem na mesma velocidade.
A real é que, seja esse sistema justo ou não, aprendi a respeitar a vida de um atleta. O que eles precisam vencer é muito mais do que parece ser simplório correr atrás de uma bola como muitos pensam.
Por isso, faço uma pequena ideia dos momentos de angústia e frustração que o Neymar está passando neste momento, após a fratura de uma de suas vértebras, o que significou o fim da linha para ele nesta Copa.
Alguns, com uma visão mais curta ou que seguem sem questionar o modismo “internetiano” de meter o pau em jogador de futebol, com um discurso moralista e pseudo-intelectual-social-político, misturam a incompetência ou a má fé dos governos nas questões relacionadas aos investimentos nos estádios com o próprio esporte ou seus jogadores. O esporte é espetacular para a formação de um indivíduo, principalmente se praticado desde a infância.
Outros dizem: “não tenho pena, porque ele ganha milhões”. Sim, ele ganha milhões porque é raro, porque seu carisma e talento produzem a empatia e o engajamento necessários para movimentar grandes multidões, gerando negócios e alavancando marcas às quais tem a sua imagem associada. Isso é muito mais do que correr atrás de uma bola.
Por isso, aproveito este espaço para desejar uma boa recuperação ao Neymar. Tenho certeza de que a sua maturidade, apesar da pouca idade, será determinante para superar essa adversidade, talvez a maior de sua carreira até agora.
Força, Neymar!