A classe C não é mais o motor do consumo de alimentos, bebidas e higiene

Segundo estudos da Nielsen, a classe C não é mais o motor dos gastos com higiene e alimentação no Brasil e empobreceu em razão da inflação (veja no gráfico abaixo).

Enquanto isso, não adiantou o governo aumentar o IOF e, no mês de maio, os gastos dos brasileiros no exterior bateram um novo recorde: 2,26 bilhões de dólares.

Que relação têm essas duas informações?

Para os brasileiros, o destino internacional preferido é Orlando, onde 70% das compras nos shoppings locais são feitas por brasileiros.

Com o aumento da inflação, comprar no exterior tem se tornado cada vez mais vantajoso e o passeio ainda vem de brinde.

Dependendo do volume, é possível viajar três vezes ao ano para Orlando, custear todas as passagens, hotéis, passeios e ainda fazer compras de todas as roupas da família, eletrônicos, dentre outros itens. Tudo isso ainda sai mais barato que comprar os mesmos produtos no Brasil.

Por que o brasileiro sofre e paga tão caro por tudo? O famoso custo Brasil. Mas o que é o custo Brasil? É uma equação que leva em conta os altos impostos, os altos encargos trabalhistas, a ineficiência, a burocracia, a corrupção, infraestrutura precária de estradas, logística, armazenamento etc.

Quem paga por tudo isso? Você, bonitão.

Sobre um produto nos EUA, por exemplo, paga-se somente 6% de impostos (sales tax). No Brasil, os impostos embutidos nos produtos são, em média, de 50%. Ou seja, tudo que você compra, em média, metade do valor vai direto para o governo em forma de vários tipos de impostos.

De novo, para empreender é necessário vencer todos esses obstáculos, mas não seria tão bom se o governo tivesse o foco na melhoria de vida do brasileiro através do crescimento das pequenas empresas, na geração de empregos e no incentivo ao empreendedorismo? A consequência seria a inversão da tendência que observamos no gráfico.