Em ano de eleições presidenciais na Argentina, mesmo em meio à crise na economia brasileira, com cortes em programas como o FIES e em pleno ajuste fiscal, o BNDES acabou de aprovar um novo empréstimo de R$ 4,5 bilhões para nuestros hermanos argentinos.
Enquanto isso, o governo brasileiro tenta novas fontes para injetar mais dinheiro novo no BNDES. Dessa vez, o alvo é o FGTS dos trabalhadores, que poderá financiar o banco. Só o tempo vai nos dizer se Venezuela, Cuba, Argentina, Angola, Bolívia, dentre outros países dessa categoria, que receberam bilhões em empréstimos do BNDES, todos considerados países de alto risco de crédito, vão pagar a dívida com o Brasil nos próximos anos, sem que, nessa hipótese, coloquem em risco a reposição do FGTS dos trabalhadores brasileiros.
Vale lembrar que nos últimos anos os gestores do Postalis, fundo de pensão dos Correios, comprou papeis dos governos da Argentina e da Venezuela, que tiveram forte desvalorização no mercado, o que comprometeu a aposentadoria dos funcionários da estatal, que correm o risco de terem que fazer uma contribuição extra de 25,9% de seus salários todos os meses para cobrirem o rombo criado, de mais de 5,6 bilhões de reais. O assunto corre na justiça e uma coisa é certa: o Postalis não tem dinheiro para pagar a aposentadoria de todos que contribuíram ao longo dos anos e alguém terá que pagar essa conta. Como sempre digo, estabilidade não existe.
Pergunta que não quer calar: Será que o Brasil está tão bem e tão desenvolvido a ponto de estar sobrando dinheiro no BNDES para emprestar para outros países?