A resposta mais corriqueira para histórias de sucesso, quando são apresentadas com o intuito de motivar os que iniciam a carreira, é “o Fulano é uma exceção. Um ponto fora da curva”, como se, por essa justificativa, nenhum Fulano pudesse ser usado mais como exemplo e um estímulo para todos.
Bem, que fique claro: todos os vencedores, em todos os países e realidades econômicas, são e sempre serão exceções. Vencedores não são e nem nunca serão maioria. Serão sempre minoria.
Para ser um vencedor não há exigências quanto a seu sobrenome, alguma preferência racial ou até mesmo de escolaridade. É preciso elevar seu referencial e aprender como chegar lá. Quando se tem acesso, o comportamento vencedor é contagiante.
Tornam-se vencedores os que se destacam, os que não se conformam com o comum, os que não têm interesse por estabilidade, pois assumem riscos em busca de serem destaques em suas áreas de atuação. Eles são pontos fora da curva e, por isso, estão sempre em busca do momento sublime que é estar em cima do pódio, recebendo os aplausos por suas conquistas.
Vencedores não sentem o peso da responsabilidade, não têm medo das vaias e nem se incomodam com o peso do troféu. Ao contrário, eles trabalham todo o tempo pensando nele (troféu), sonham com ele, treinam por ele, trabalham por ele, suportam as adversidades por ele, convivem com as críticas por ele e não se desmotivam com os abutres que tentam lhe desmotivar justamente porque não tiram de seu foco a meta de levantar o troféu.
Os vencedores são inabaláveis em busca de seus objetivos, enquanto a grande maioria, infelizmente, em meio a todas as adversidades, desiste, bate em retirada, não suporta a pressão e vai buscar soluções medianas e alcançáveis, típica daqueles que se conformam em estar na média, ser um ponto dentro da estatística e um a mais na multidão.
Para que os vencedores existam não é necessário que também existam os perdedores. Isso não é uma verdade. Uma sociedade evoluída é aquela em que os que não chegaram no lugar mais alto do pódio também ocupam lugares bastante interessantes. Pense por um instante na competição para o prêmio da Bola de Ouro. Cristiano Ronaldo foi o último vencedor. Pobre Messi… Claro que Messi é extraordinário também!
Incomodados com os vencedores, muitos tentam criar novos modelos de sociedade onde eles não existam. Muitas metodologias educacionais não estimulam e nem premiam os melhores de uma classe e não há estímulo para desenvolver talentos fora da curva. O que é adotado é uma espécie de institucionalização da mediocridade de discurso, tirando da criança o instinto natural pela competição, presente em todas as espécies, em especial nos mamíferos.
Tentar igualar a todos pela força da caneta, independentemente de seu esforço, talentos ou ambições, no final do dia, é o mesmo que transformar todos em perdedores, em pessoas sem brilho nos olhos e desejos a serem conquistados. Seria como tentar amansar o Leão, convencendo-o de que a hiena é igual a ele. É tirar da águia a habilidade de voar, convencendo-a de que deve ser igual a uma galinha.
Não permita que você seja padronizado, podado ou limitado por crenças travestidas de bondade e discursos assistencialistas, mas que na realidade são convicções recheadas de mediocridade e que são capazes de limitar toda uma geração e todo um país. O resultado dessas crenças e ideologias é a criação de uma geração de conformados e de uma nova casta de vencedores, os que ficarão no alto do pódio, adorados e premiados pelas grandes massas com muito prestígio, dinheiro e poder: os políticos.