Consumir é diferente de investir. Em especial, em tempos de crise, é preciso saber administrar melhor seu dinheiro, a fim de ser capaz de fazer mais com menos. No final do dia, não importa o quanto você ganha, mas sim o quanto você é capaz de produzir com o quanto você ganha.
Sim, dinheiro faz dinheiro e, além disso, você pode se tornar escravo dele ou colocá-lo para trabalhar para você. Tudo é uma questão de entender em que lugar você está.
Como assim? Simples: se você está no meio da boiada, seguindo a manada e sendo conduzido pelo vento do sistema, pelo impulso da propaganda ou pelo opinião das grandes massas que valorizam as grifes e os modismos imperdíveis que fazem com que você se sinta um ET se não participa deles, sinta-se acolhido no grupo que é escravo do dinheiro e trabalha para pagar as contas todo mês e que, provavelmente, usa o 13º para pagar dívidas.
Agora, se você faz parte do seleto grupo que entende que o seu salário ou ganho não tem a finalidade somente de pagar as contas do mês, mas sim de reservar capital, investi-lo e planejar seu próximo salto, bem vindo ao grupo dos que vão dar as cartas no futuro, deixando para trás todos aqueles que usam como desculpa para mergulhar no consumismo que a vida é muito curta e que nem sabem se estarão vivos amanhã. Bem vindo ao time que fará muito com pouco e que tem mais chance de realizar seus projetos.
Invista seu tempo e recursos em seu futuro. É fato que você pode morrer amanhã, mas também é fato que sendo escravo de seus impulsos e demandas imediatistas seu futuro será regido pela mediocridade que esse estilo de vida promove na vida de muitas famílias.
Pense que estatisticamente o mais provável não é você morrer amanhã. Logo, pensar no futuro é a melhor decisão estatística possível e, por isso, você frequentou a escola, fez outros cursos e se preocupa com sua saúde. Então, não há por que ser um a mais na multidão de endividados ou planejar sua vida consumindo 100% de seu ganho.
Ao ensinar esse conceito ao longo de mais de duas décadas, já ouvi coisas do tipo: “Mas, Flávio, nunca sobra nada no mês para eu investir em meu futuro”.
Quem disse que dinheiro sobra? Dinheiro jamais vai sobrar para quem ganha 1.200 reais, 10.000 reais e até 50 mil reais. Já ajudei famílias que tinham uma renda familiar de 50 mil e gastava 60 mil. Quando falava numa redução de custos, ainda ouvia coisas do tipo: “Já avaliamos nosso orçamento e não tem nada que podemos cortar…”.
Prosperidade financeira é uma questão de mentalidade e de estilo de vida que a pessoa adota. Dinheiro não sobra. Dinheiro precisa ser administrado.
O meu conselho sobre esse tema é que a pessoa deve separar 20% do que ganha e viver com apenas 80%. Simples assim.
“Mas, Flávio, não dá…”. Dá, sim… Se você perder o emprego, vai ter que se virar para sobreviver, vai ajustar as contas, diminuir padrão, parar de gastar com grifes, diminuir as saídas, revisar prioridades etc. Então, por que fazer isso apenas quando perde o emprego? Tem que fazer agora para deixar de ser um pagador de contas e investir em seu futuro.
Imagina se você tivesse guardado 20% do que ganhou nos últimos 10 anos? Uma pessoa com 1 milhão de reais investidos recebe, numa aplicação financeira simples, cerca de 140 mil reais brutos por ano sem riscos. Isso é colocar o dinheiro para trabalhar para você.
Tendo dinheiro reservado, você ganha munição para empreender, para comprar e vender algum produto que possa ajudar a multiplicar seu capital, investir em sua qualificação e até para poder ajudar alguém em necessidade.
Repense sua forma de administrar seu dinheiro e de planejar seu futuro. A propósito, cada tijolinho para a construção de seu futuro está sendo angariado neste exato segundo pelas suas escolhas, inclusive na forma como você administra seu dinheiro.