Infelizmente, a lógica da boiada é oposta. Vemos essa inversão conceitual todos os dias na bolsa de valores, quando as pessoas compram ações quando elas estão subindo e as vendem quando estão em baixa. No mercado, esse comportamento é chamado de “efeito manada”.
No entanto, quando as ações estão em alta, é quando deve-se considerar a hipótese de vendê-las a fim de realizar o lucro obtido, ao contrário de quando elas estão em baixa, quando deve-se considerar a hipótese de comprá-las.
Quando vendi a primeira empresa que fundei, que estava em franco crescimento, algumas pessoas me perguntaram qual era o problema pelo qual eu estava passando por ter tomado essa decisão. Na realidade, era exatamente o contrário. A empresa estava em alta e, associado isso a outros fatores pessoais – como considerar que sou um construtor e não um síndico – ficava claro para mim que já havia cumprido minha missão e havia chegado a hora de realizar os lucros obtidos com a criação daquele projeto.
Muitos, por exemplo, deixam para procurar um novo emprego quando são demitidos em vez de terem ficado sempre conectados e atentos a novas oportunidades quando estavam em alta e, quando na condição de muito bem colocados, poderiam ter aceitado novos e promissores convites para novos desafios.
No fundo, esse conceito confronta a acomodação de quem está em uma busca muito comum de uma vida mais estável, quando, na realidade, essa estabilidade não existe e a forma mais dura de descobrir isso é recebendo uma surra da vida ao ser surpreendido com o revés de um acontecimento inesperado.
Isso significa que devemos entender de uma vez por todas: não há estabilidade, as adversidades podem se apresentar a qualquer momento e elas certamente virão. Por isso, a hora de mudar é quando você está em alta e não quando as adversidades o pegam de calça curta. Nesse momento, você estará numa situação extremamente desfavorável para negociar a entrada em seu novo projeto.