Somos a geração da transição. Nascemos num mundo, vivemos em outro e provavelmente morreremos num planeta bem diferente do que conhecemos. Basta lembrarmos que há menos de uma década consumíamos conteúdo que meia dúzia de pessoas das emissoras de TV decidiam por nós. Hoje, na internet, decidimos o que queremos, na hora que desejamos, na hora em que decidimos e quantas vezes quisermos. Além disso, comentamos, criticamos, aplaudimos e compartilhamos o conteúdo para os nossos amigos, o que nos tornou os editores chefes das informações que circulam pela web.
Para você ter ideia, hoje, no Brasil, já existem mais de 5 milhões de residências que não possuem um aparelho sequer de TV, pois foram substituídos por computadores, tablets e/ou smartphones. Se considerarmos uma média de 3 pessoas numa residência, projetamos cerca de 15 milhões de pessoas, ou seja, 7.5% da população brasileira que não são impactados pela TV. Esta tendência cresce brutalmente e por isso estimo que nos próximos 5 anos, este percentual de residências sem TV será de mais de 30%.
Um outro indício que não pode ser ignorado é a debandada da gigante holandesa Philips do setor de fabricação de TVs, depois de enormes prejuízos nos últimos quatro anos vendendo os aparelhos. Mas não é por acaso: somente em 2012 foi vendido no Brasil um novo computador a cada 2 minutos, um tablet a cada 8 minutos e um smatphone a cada 1 minuto e meio. Em outras palavras, mais de 40 milhões de aparelhos conectáveis à internet contra apenas 10 milhões de novas TVs vendidas no mesmo período.
O resultado disso é que atualmente mais de 50% das pessoas que assistem TV estão simultaneamente digitando num computador, tablet ou smartphone. Esse novo hábito impacta profundamente no nível de dispersão do consumidor enquanto assiste TV, diminuindo drasticamente a influência da TV e suas mensagens publicitárias sobre a população. Em pouco tempo, os principais clientes das agências de publicidade vão retirar grande parte de seus investimentos que atualmente fazem na TV, o que poderá provocar uma grande crise no setor, gerando muitas demissões.
Qual outro artista da TV fez mais sucesso recentemente do que o Fábio Porchat e sua trupe tem feito no YouTube? Qual outro programa de TV alcança 16 milhões de pessoas em média por semana como o Geração de Valor tem alcançado no Facebook?
Estamos em tempo de mudanças. Quem não perceber, vai ficar para trás. Isso significa uma enorme oportunidade para os que desejam encontrar seu espaço, lançar novos empreendimentos e se lançar em novos mercados. Como alguém já disse, em tempos de mudanças, enquanto uns choram, outros vendem lenços.