Não adianta apenas saber ganhar bem. É importante saber gastar bem. Se você gasta 100% do que ganha (e, em alguns casos, 110%, porque contrai dívidas), você vai passar por este planeta sendo nada mais do que um pagador de contas.
Não importa se o quanto você ganhe seja considerado pouco ou muito. Uma dica é: separe e invista 20% de seus ganhos. Isso é a sua maior garantia de que, com o passar do tempo, você terá alguma chance de mudar sua realidade.
Exige sacrifícios, mas como seria se a sua gestão, nos últimos 10 anos, tivesse priorizado separar e investir 20% de tudo que você ganhou neste período? Quantas dezenas ou até centenas de milhares de reais você teria em caixa lhe rendendo pelo menos 10% ao ano, a baixíssimo risco?
Jamais vai sobrar dinheiro em seu orçamento, muito menos 20% de seu ganho. Por isso, eu disse, antes de tudo, separar e investir para depois viver com o restante que sobrou. Isso exige uma disciplina e sacrifício que poucos se dispõem a seguir, já que o consumismo sempre vai apresentar uma “oportunidade imperdível” que a maioria cede para o seu imediatismo.
Alguns vão dizer, quase chorando: “Mas, Flávio, falar é fácil. Eu não consigo viver com 80% do que ganho”. Então eu pergunto: Como você faria se ficasse desempregado? Geralmente, eles respondem: “Ah, neste caso, eu daria um jeito”. Pois é, é isso que eu estou falando. Você tem que dar um jeito agora para viver com 80%. Simples assim. Essa é a sua chance de, a médio prazo, declarar sua liberdade financeira enquanto a grande maioria caminha para a dependência financeira do sistema.
Falando em imediatismo, a filosofia que rege os imediatistas é essa: “Eu vou morrer mesmo. Então, pra que economizar?” e assim mergulham em suas dívidas.
Claro que vamos morrer. Então, pra que matriculamos nossos filhos na escola? Porque é uma aposta no futuro. Separar e investir 20% de seu ganho é um investimento tão concreto quanto o seu filho se matricular numa escola em favor de seu futuro.
A falta de educação financeira, aliada à epidemia de imediatismo, faz com que uma enorme população mergulhe na mediocridade, na escravidão das dívidas a mercê de altos juros. Essa realidade é capaz de lhes roubar um futuro mais próspero e com a capacidade financeira que poderiam conquistar com suas economias para investir em grandes e verdadeiras oportunidades.
Essa é uma verdade inconveniente que poucos querem ouvir. Não é por acaso que poucos chegam mais longe.