Depois de mais de 20 anos trabalhando na formação de jovens a cargos executivos e ensinando-os a empreender através do sistema de franquias, cheguei à conclusão de que os maiores desafios que impedem o sucesso no início da carreira estão frequentemente mais relacionados ao comportamento desses jovens do que à falta de conhecimento adquirido por eles ao longo da vida.
Cá para nós, na era da informação, o conhecimento tem se tornado uma nova commodity, ou seja, tem deixado de ser um diferencial, enquanto a prática de um comportamento vitorioso e maduro tem se tornado cada vez mais raro e valorizado.
O grande paradoxo desta constatação é que temos um sistema de ensino focado na produção de informação que eventualmente será transformada em conhecimento, mas que, no entanto, a grande maioria permanecerá como analfabeto emocional e comportamental.
Produz-se em série uma nova geração de seres cheios de informação e algum conhecimento, mas ao mesmo tempo em que surge em maior proporção uma legião de adultos que jamais saem da adolescência. Gente que tem medo de assumir compromissos, que a cada dia permanece mais tempo dependente dos pais, insegura e sem direção.
Para os que acham que estou falando da Geração Y, lamento informar que já temos adolescentes de 40 e 50 anos vagando pelas empresas, condomínios e famílias. Chefes autoritários e sem a admiração de seus subordinados, além de pais ausentes, omissos na formação de seus filhos, fracos e que adoram culpar a falta de apoio da mulher pelos seus fracassos.
Não é por acaso que me dedico muito mais em produzir reflexões comportamentais do que conteúdos empresariais ou técnicos aqui no GV. Afinal, o primeiro empreendimento a ser construído é a criação de uma mentalidade vitoriosa, desintoxicada de conceitos medíocres que aprisionam a mente de nossa sociedade.
Pra ter resultados de um vencedor primeiro é necessário pensar e se comportar como um. Enganam-se os que pensam que é necessário vencer primeiro para ter auto-estima. Ao contrário, é preciso ter auto-estima para vencer.
Esta metodologia de formação infelizmente não é encontrada nas universidades que estão sempre mais preocupadas com o acúmulo de informações medidas por uma prova no final de um período de tempo, algo similar a um ENEM, por exemplo.
Já os que não se conformam com esta ração dada pelo sistema educacional para as grandes massas, buscam um alimento mais consistente, avalizados por resultados de quem conquistou resultados fora da curva. Homens e mulheres comuns, mas que conquistaram resultados incomuns e acima da média, contrariando uma sociedade que faz de tudo para enaltecer a média, que almeja estar na média, que trabalha e estuda para estar na média e o pior, estabelece um referencial baixíssimo de sucesso: estar na média.
Estar na média é estar na MEDIOcridade. Ninguém gosta desta palavra mas é isso que ela significa. Estar na média é muito pouco para você. Você pode muito mais do que isso; ou então, esqueça todos os projetos com os quais você sempre sonhou e conforme-se em conquistar o resultado da média. Se a sua escolha for esta, estar na média, por favor, me desculpe. Você perdeu o seu tempo lendo este artigo.