O dia em que tomei um tapa na cara

Em seu curso de Psicologia, que faz numa universidade americana, Luciana, com quem estou casado há 21 anos, assistiu a um vídeo e compartilhou comigo seu conteúdo. Trata-se de uma palestra de uma mulher de 45 anos de idade que ficou tetraplégica aos 17. Ela conta como foi o acidente, revela detalhes da extrema limitação com que teve que aprender a conviver, o momento em que não quis mais viver, como seus amigos lidaram com o fato, como encontrou motivação para prosseguir e, por fim, o ser humano fantástico que se tornou (minha conclusão) e sobre como passou a inspirar milhares de pessoas.

O sentimento que eu tive ao conhecer essa história foi de completo constrangimento por minha insignificância, egoísmo, ingratidão. Constrangimento pelo fato de, mesmo que eu tendo desenvolvido muito minha inteligência emocional, eu ainda me incomodar com coisas insignificantes. Ou seja, me deparei com o quanto ainda preciso crescer e amadurecer.

Ruim, esse sentimento? Não. Eu acho ótimo! Saber mais sobre minha realidade é fundamental para que eu persiga minha evolução. Não me conformo com o que sou. Quero mais, porque se aperfeiçoo meu “ser”, vou ampliar minha capacidade de fazer e impactar mais pessoas. Em casos assim, o “ter” é uma mera consequência.

Quem vaga pela vida fugindo de sua realidade e vive apenas entorpecido por subterfúgios físicos, químicos, sociais ou consumistas, perde a enorme chance de experimentar sua própria evolução.