Segundo dados oficiais do IBGE, no ano de 2005, cerca de 12% da população de jovens entre 15 e 29 anos de idade nem estudava, nem trabalhava e tampouco procurava emprego.
10 anos mais tarde, em 2015, essa realidade mudou. Piorou muito, segundo dados do Instituto. Agora, são quase 25% dos jovens nessa idade que se encontram nessa situação: nem estudam, nem trabalham e nem procuram emprego. Ou seja, cerca de 1 em cada 4 jovens sofrem dessa condição.
Não é necessário ser nenhum gênio para constatar a degradação mental, filosófica e existencial que uma parte relevante de nossa juventude está acometida, resultado da forma com que foram “educados” nos últimos 10 anos. Os resultados são contundentes nesta geração e mostram que as políticas públicas fracassaram. Na realidade, a Pátria os deseducou.
Além de ruins, as escolas perderam a capacidade de engajar. Não está mais claro, com foi um dia, para nossos jovens a relação de causa e efeito de suas escolhas e o que sua carreira acadêmica pode oferecer para o futuro. O esforço e a dedicação perderam o espaço, pois a meritocracia foi demonizada. Dedicar-se pra que? Eu quero os meus direitos e ponto. Se supostamente não os tenho, ocupo prédios públicos ou saio pelas ruas quebrando tudo.
A percepção de luta por um futuro melhor foi politizada, como se algum político fosse capaz de garantir alguma coisa ou uma lei tivesse o poder de mudar a minha vida, seja pra melhor ou para pior. Pode até ajudar, mas não determina. Cair nessa ilusão é muito cruel.
A lógica do “plantar e colher” com as próprias mãos foi substituída por filosofias coletivistas e o jovem passou a abrir mão de sua individualidade em troca de fazer parte de uma multidão barulhenta. O silêncio das horas de estudo em seu quarto, lutando para vencer na vida se tornou antiquado e um estilo de vida somente para burgueses privilegiados (mentira). O barulho das grandes massas os seduziu e ganhou espaço em sua agenda fora da escola. Dentro dela, os valores plantados endossaram este novo estilo de vida.
Faz tempo que estão estragando os nossos jovens. Estão arrancando deles a vontade, a fome, a ambição (que é diferente de ganância), seus sonhos individuais, bem como suas aspirações mais particulares que, na verdade, são insubstituíveis por mais linda, poética e utópica que seja a causa.
Sim, os últimos 10 anos foram um desastre para nossos jovens, mas o maior problema é que a escola continua, mais do que nunca, politizada.
Alguns batem no peito e acham que isso é sinal de evolução.
Evolução só pra quem controla essas massas, pois elas se transformam em capital político que beneficia meia dúzia de burocratas. Porém, ao pensarmos em cada indivíduo, cada um desses jovens e no futuro que terão, a tendência é que essa nova geração dos NEM/NEM/NEM (nem estuda, nem trabalha e nem procura trabalho) só tenda a aumentar, formando uma geração de zumbis coletivistas treinados para abandonarem a individualidade.
Chegará o dia em que essa multidão vai querer que o Estado os sustente (Estado = você que trabalha pra pagar impostos). Se não tiver dinheiro para sustentá-los (não terá), vão se sentir traídos e ficarão revoltados, porque acreditaram por toda sua juventude que bastava isso para terem um futuro garantido, além de se sentirem os heróis da “democracia”. A decepção será (já tem sido) muito grande. Neste dia, mais burocratas e políticos populistas estarão de prontidão em busca de capitalizar essa revolta a seu favor novamente. Este é o jogo insaciável que eles jogam.
Somente a livre iniciativa de indivíduos em busca de realizar os seus próprios sonhos, seja através da área acadêmica, do empreendedorismo, do esporte ou da arte é que torna possível que um indivíduo possa se realizar em sua missão de vida. Nem todo mundo ficará rico, mas quanto mais pessoas educadas e treinadas para serem autossuficientes, mais o país se fortalece.
Agora, indivíduos que abandonaram suas ambições porque acreditaram no canto da sereia e se converteram a uma espécie de seita política, quando acordarem e se derem conta, estarão engrossando ainda mais as fileiras dos NEM/NEM/NEM.
Um desperdício de talentos.