Está comprovado cientificamente: o ser humano tende ao comodismo. Esse é um mecanismo de autodefesa do cérebro, que sempre busca estabilidade, visando economizar processamento mental.
É importante ter em mente que essa realidade existe inequivocamente e não se trata de um discurso motivacional barato. Estudos do campo da neurociência comprovam essa tese.
O que isso traz como consequência ao seu desenvolvimento pessoal e, sobretudo, profissional?
A primeira e mais óbvia constatação: resistência ao novo e tendência a manter o modelo atual.
As pessoas ficam mais preocupadas com o risco de experimentarem algo novo do que com o perigo de manterem o status quo. Não que seja imperativo buscar novas perspectivas a todo momento impensadamente. O fato concreto, porém, é que o comodismo traz um risco, muitas vezes não mapeado, dramático, principalmente, na atualidade.
Ainda que percorrer novos caminhos envolva perigos, nos dias de hoje, não percorrer é igualmente arriscado – se não for mais perigoso ainda – já que a velocidade com que as coisas mudam e rupturas acontecem é altíssima.
Existe uma frase de Maquiavel em “O Príncipe” que conheci na obra “De Empreendedor e Louco todo mundo tem um pouco”, da Linda Rottenberg, fundadora da Endeavor, muito emblemática:
“Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de lidar do que dar início a uma nova ordem das coisas”.
Fique atento a esse modelo mental.
A ponderação sobre os rumos de seu projeto pessoal deve ser constante. Não podemos, bovinamente, caminhar para onde todo mundo caminha, sem uma reflexão profunda acerca dos motivos e razões que nos levam a percorrer nossa jornada.
É necessário ousar e sair da zona de conforto, do comodismo, aquele lugar quentinho e confortável que, no entanto, esconde uma armadilha. Como diz Fernando Pessoa, a armadilha de ao não fazermos nossa travessia “ficarmos, para sempre, à margem de nós mesmos”.