Nos EUA, Inglaterra, Austrália, África do Sul, entre outros países que adotam o inglês como idioma oficial, é corrente a expressão “make money”, que significa fazer dinheiro. No Brasil, utilizamos, na língua portuguesa, o chamado “ganhar dinheiro”. Eu, particularmente, nunca ganhei dinheiro em minha vida. O máximo que consegui foi conquistar, produzir e, por consequência, fiz dinheiro, gerei recursos e produzi riqueza. Mas a própria expressão “ganhar dinheiro” reflete muito bem a mentalidade que existe por trás de nossa cultura.
Por isso, estratégias do tipo “ganhe dinheiro na internet”, pirâmides e afins se proliferam com muita velocidade em nosso país, alimentada por essa mentalidade do “ganhar dinheiro” e não de produzi-lo. As únicas pessoas que ganham dinheiro no Brasil são os playboys filhinhos de papai, os que ganham na loteria e os beneficiários das bolsas do governo. Não que eles sirvam de exemplo, mas nem mesmo ladrão e corrupto ganham dinheiro, pois têm que ser criativos e assumem o risco de roubá-lo (ironia).
Se alguém tem fome, em vez de apenas dar o peixe, o maior projeto social que existe é alimentá-lo apenas por um tempo considerado o necessário e o suficiente para que ele aprenda a pescar. E esse projeto social deve focar-se principalmente em prepará-lo para ser auto-suficiente. Qualquer coisa diferente disso não será capaz de resolver de fato o problema social existente, mas apenas mantém esta conveniente e nociva dependência, criando e sustentando gerações de pessoas capazes tratadas como incapazes que, depois de ajudadas de forma pontual, poderiam subir de degrau através de um treinamento para a vida, o que de fato não acontece.
O GV tem o objetivo de ensinar a pescar. Mostrar que você sim é capaz de fazer a diferença e não precisa ganhar dinheiro porque é absolutamente capaz de produzi-lo e muito mais do que isso: você também é capaz de ajudar outras pessoas, ensinando-as a pescar e parar com essa mania brasileira de querer ganhar dinheiro.
