Após reação da candidata Dilma nas pesquisas de intenção de voto para presidente, a cotação do dólar, que estava no patamar de R$ 2,24 nos últimos dias, sobe rapidamente para R$ 2,45 na abertura do mercado, a maior desde a crise de 2008, enquanto as ações da Petrobras, que subiam durante o período em que a candidata Dilma caía nas pesquisas, depois da divulgação da nova pesquisa durante o fim de semana, abriram o dia de hoje caindo mais de 9%.
Leigos e defensores da candidata afirmam que tudo isso não passam de fatos isolados e especulativos que são frequentemente usados com uma intenção eleitoreira. No entanto, os principais players do mercado, fundos e instituições que têm grandes volumes aplicados na estatal, afirmam que depois da péssima gestão da maior companhia petrolífera brasileira nos últimos anos, que acarretou forte declínio em seu valor de mercado, criou nos investidores uma enorme indisposição com a candidata à reeleição que, para não correrem maiores riscos em seus investimentos, batem em retirada da companhia (vendem suas ações) todas as vezes que a tese da reeleição ganha mais força, o que explica tecnicamente a conexão entre o resultado das pesquisas e a notória queda no valor das ações da estatal.
Logo pela manhã, o Banco Central também revisou mais uma vez a projeção do crescimento do PIB brasileiro de 1,6% para 0,7%, um dos piores desempenhos da América Latina.
O que é preciso ser entendido, mesmo pelos mais simples e com baixa escolaridade, é que com o atual rumo da economia, temperado com o gradual aumento da inflação, não há programa social que resista à deterioração da qualidade de vida, principalmente das camadas mais pobres. Esses são sempre os primeiros a sofrerem com a perda de controle da economia do país.
Talvez, os mais jovens não se lembrem, mas a vida antes do Plano Real não era nada fácil. A inflação chegou a bater 86% ao mês, o que significava a remarcação de preços pelo menos duas vezes por dia. Iniciei minha carreira como vendedor em 1991 em meio a este cenário, bem como abri minha primeira empresa em 1995, depois do Plano Real, que estabilizou a economia, o que contribuiu muito para o sucesso do meu primeiro empreendimento.
Por isso, afirmo que a estabilização da economia brasileira promovida em 1994 por esse plano foi o evento mais relevante do país até hoje para a melhoria da qualidade de vida da população. Afinal, qualquer programa social do governo sem a estabilização da moeda, consumida diariamente pela inflação, torna-se absolutamente irrelevante.
A esse respeito, desde 1994, não vi a economia brasileira patinar tanto quanto tenho visto neste momento, segundo os índices oficiais divulgados pelo próprio governo.