Em 2012, participei de uma cerimônia organizada pela Fifa para apresentar minha empresa como um novo patrocinador da Copa que foi realizada no Brasil.
Na sala de imprensa, uns 10 governadores estavam presentes. Depois que fui apresentado e fiz meu discurso, um dos governadores me abordou ao descer do palco e me me fez uma pergunta com um tom bastante depreciativo: “Quanto você pagou por isso?”
Até estranhei o tom, porque o governador pertencia justamente ao grupo que foi responsável por trazer a Copa para o Brasil e responsável pelas obras dos estádios, foco de muitos protestos que viriam a explodir no ano seguinte. Hoje, sabemos muito bem o que estava por trás de todas essas obras…
Respondi na ponta da língua, na frente dos outros governadores:
“Paguei o suficiente para ter cada centavo como retorno e ainda ganhar muito mais dinheiro. É desse jeito que aprendi a produzir meu próprio dinheiro, governador: trabalhando.”
Ele deu uma risadinha sem graça e eu não correspondi o sorriso. Em seguida, segui para meu lugar, pois o evento continuava rolando.
Na época, fiquei até com minha consciência um pouco pesada, porque achei que fui grosseiro com o governador, o que não é do meu perfil. Mas, hoje, vendo o emaranhado de confusões e problemas em que esse tal governador – hoje ex-governador – se meteu, fico até feliz por não ter aberto a guarda e descartado qualquer possibilidade de aproximação.
O Brasil tem muitos empreendedores que construíram suas histórias sem nenhuma boquinha, esquema ou conchavo. Esses têm meu respeito. Esses são verdadeiros empresários e empreendedores que devem ser reconhecidos por sua coragem, trabalho e inovação. Esses são os empresários que geram empregos e ajudam o Brasil a crescer.
Já os outros, do conchavo, não passam de parasitas.