Assistindo ao debate dos candidatos a presidente, ficou bem claro a estratégia de cada candidato. Dilma, a todo tempo tenta mostrar um Brasil sem problemas que precisa continuar exatamente no mesmo caminho. Aécio tenta mostrar um Brasil que nada presta e que precisa mudar o rumo urgentemente. Marina tenta desmontar essa cansativa maquiagem estratégica de campanha aplicada há muitos anos por ambos e, com isso, ganha espaço na simpatia do público pelo seu discurso diferente, ainda que a população não compreenda direito qual é a sua proposta de governo. Enquanto isso, os nanicos tentam ter seu dia de fama durante o debate.
Qual é a explicação para este fenômeno de preferência popular repentina por Marina, segundo as últimas pesquisas? Penso que haja um sentimento de cansaço generalizado que ronda a mente dos brasileiros com relação a tudo de negativo que foi noticiado sobre política nos últimos anos, apimentado pela conhecida briguinha xarope entre PT e PSDB. Tudo isso, com uma trilha sonora dramática que toca depois da tragédia ocorrida com Eduardo Campos, o que fez ressurgir de forma meteórica uma nova personagem nessas eleições que, na realidade, é uma antiga e temida adversária da situação que já carrega 20 milhões de votos das últimas eleições.
Sem que o Brasil ainda entenda suas propostas – confesso que eu ainda não entendi por completo – parece que o voto pela rejeição à figura da candidata Dilma cresce, talvez pela herança dos protagonistas de seu partido condenados e presos recentemente por corrupção e tratados como heróis pelo PT ou mesmo pela sua falta de carisma e habilidade para se comunicar, tem falado mais alto na hora de a população definir sua preferência.
Enquanto isso, Aécio assiste a sua candidatura não decolando, temendo a debandada de seus apoiadores que, pelo tradicional jogo de interesses, trocam de lado se perceberem que a grama do vizinho está ficando mais verde.
Verdade seja dita, o Brasil não pode ter um dono e, mesmo sem o povo entender direito pela deficiência educacional que já conhecemos em nosso país, parece que, pouco a pouco, ainda que seja por intuição, a sensação de que algo está errado tem falado mais alto dentro do inconsciente coletivo da população.
Por isso, uma conclusão não pode ser descartada. Depois de 12 anos com o PT à frente do governo, é saudável que haja uma alternância de poder para o país, o que fortaleceria muito sua democracia. Afinal, um país de um único partido seria um país de ideias únicas e uma concentração de poder nada saudável nas mãos dos mesmos personagens que no final do dia são seres humanos sujeitos a se desviarem de suas ideologias em favor de seus interesses próprios. Por isso, a alternância sempre é saudável.
Penso que o PT teve seu espaço e até fez um bom trabalho em seus primeiros governos, mas acabou se deteriorando neste último. Seja qual for o vencedor dessas eleições, sem dúvidas, o mais saudável seria que um outro partido passasse a governar o Brasil. E, se isso acontecer, apesar de todos os problemas vividos dentro do partido, o PT terá entrado para a história, tendo dado uma grande contribuição para a nação que deverá sempre se lembrar com gratidão pelos avanços conquistados em sua gestão.